O AMOR


O amor é um sacrifício…
o mais doce suplício
meu sonho de martírio
melhor sempre no início.
O amor é mesmo isso…
às vezes, um negócio
íntimo equinócio
do clitóris ao prepúcio.
O amor é imenso vício…
sem hora ou compromisso
desânimos no ócio
nem fácil, nem difícil.
O amor é esquisito…
um gostoso castigo
demônio que é bendito
inflamando o Vesúvio.
O amor é tão bonito…
silêncio e também grito
delícias em dilúvios
calor, dor e abrigo.
O amor é esse bicho…
surgido do impossível
voando em precipício
do inferno ao paraíso.
.
O amor não dá em rios…
nem nasce no Estácio
não se prende a espaços
vai esguio em meio-fio.
O amor não é infinito…
requer tantos cuidados
senão, faz mil estragos
aos mais desprevenidos.
O amor dá veredictos…
condena os omissos
convoca os esquecidos
liberta os infelizes.
O amor vive conflitos…
em flagrante delito
de um lado, puro espírito
de outro, sexo explícito.

(Rita Costa & André L. Soares)

 
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